não sei como esvoaçar
Março 20, 2023
Julgava-te perdido, meu mundo, queimado na clepsidra do desespero. Tolhido, fetal, a pouco e pouco vou sendo dissipado no esquadro visceral da melancolia. Enlouquece-me está surdina cardíaca, plasmódica. O meu mundo parou num suplicio eterno. Como poderia então conseguir suprimir este advento do passado? Agora de frente, corro para um futuro que não sabia que existia. Segui-o em metástases de alegria.
Segui a esbelta pelo consignio alegre desconhecendo as possibilidades que se escondem na penumbra. Aflito, descobri que perto de ti não sei como esvoaçar. Como caminhar num solstício ou pelos tempos inglórios de viver. Como ave despida de vontade de voar quero navegar ao teu redor como uma estrela perdida de órbita.