Resignado.
Maio 12, 2008
Acordei no meio da noite sentindo o frio lúgubre da tua ausência. E querendo-te perto de mim mergulho acordado num sonho impossível de reviver.
Continuo a tactear no escuro e por instinto o calor do lugar que ocupaste na minha vida que continua disponível para ti e só para ti.
Tenho constante em mim o sentido da saudade que me corta em cerce pelo peito e que me faz sangrar sem derramar uma gota. Passo os dias nisto. Inerte, melancólico permanente, sonho ver-te voltar para mim, vejo-te pairando etérea na minha direcção fazendo votos de alegria., prometendo paz.
Os caminhos sem destino da memória apesar de turvos tem se tornado o meu único refugio, o esconderijo pleno, eremita do passado onde a alegria é uma ilha solarenga no inverno do espírito.
Só me resta viver e reviver resignado à nossa felicidade que apesar de plena e límpida foi algo efémera, um suspiro doce, breve que nos ocorreu e que numa fracção se dissipou deixando-nos apenas com a vontade férrea de voltar a viver felizes assim outra vez..
Eram fortes e profundos os momentos em que juntos mudávamos as regras do universo. Tal era a força da união apaixonada em que subtraiamos a existência e diferenciávamos as dimensões apenas com o sabor suave dos momentos indefiníveis em que os meus lábios encontravam os teus.