Dissociado
Agosto 11, 2008
Divirto-me muitas vezes estupidificar a mente alheia. Vejo o vazio nos seus olhos quando afirmo o herético, o impensável, o distorcido. E fico ali, observando enquanto os seus cérebros torcem-se e retorcem-se tentado processar as minhas afirmações sem sentido. Gosto de ver as labaredas e torrarem-lhes o miolo incapaz e sem sistema de arrefecimento enquanto tentam dar um nó em um fio de azeite.
Retrocedem com argumentos e afirmações sem lógica e sem relação de continuidade apenas para disfarçar a incompreensão e tentar me confundir. Tentam disciplinar-me e converter-me em algo mais palpável, mais atingível e controlável.
E eu recolho a gargalhada dentro de mim enquanto eles tentam o intentavel e que sem efeito eu continuo exactamente como sou. Etéreo, longínquo, ectoplasmico, uma massa disforme algo que flutua imperceptível a milímetros do chão. Completamente dissociado da forma de viver que tantos teimam dizer ser a certa e a única.
Como é óbvio não é.