E eu sempre aqui.
Setembro 10, 2008
Tiras os óculos e observas as lentes como que à espera que os teus olhos dêem uma imagem diferente e aos poucos resolves coloca-los em cima da mesa encostados ao cinzeiro. Ficas a contemplar o momento em que decides desenrolar o cabelo sedoso que até ai estava preso pela imagem subentendida de um senhora profissional. As madeixas levantam-se e sobem como que sem peso, ou sem tempo, ficam por momentos suspensas num suspiro e vagarosamente caem sobre os ombros. Essa súbita liberdade é o teu prazer do dia. É o teu momento só teu.Estás completamente alheia à minha presença. Segues para a casa de banho, descalças os sapatos e não fechas a porta enquanto começas a despir o fato que te prendeu as formas todo o dia e também despes o pudor.
E eu sempre aqui. Sentado na borda da cama acompanhado por uma bebida qualquer continuo esperando um sinal teu.