A vida é o acumular das nossas experiencias.

A minha é o acumular de uma inominável montanha de erros, onde o último e para culminar em beleza, foi a ausência da frase: " Quero-te comigo...".

Simples, pragmática e que tu buscaste tanto no meu olhar.

E eu sem te responder...

Gosto de pensar que tudo foi diferente.

Que tudo deu certo. Que eu fui capaz de fazer a diferença.

Que fui capaz de te fazer feliz. Faz-me bem a fantasia de estar contigo.

Disfarça a dor de não estar, de não ser, de não conseguir.

Desiludida abandonaste-me à nascença deixando este vazio fantasmagórico que não me larga, não descola de mim, não se vai embora e não me perdoa.

Não consigo viver em mim.

   Sigo as palavras observando os seus contornos na minha voz. Há um silêncio inexorável em tudo o que eu digo. É como se todo o significado se perdesse no vazio.

   E eu aqui. Esperando a escuridão que nunca chega. Contando os momentos inoportunos empilhados numa gigantesca Torre de Babel.

   Só esperando o momento indicado em que me lançarei no espaço e no esquecimento.

Estou com saudades de ti

          meu desejo.

Estou com saudades

          do beijo e do mel.

Estou com saudades

          do teu olhar carinhoso.

Do abraço gostoso da minha

          Tinker Bell.

( Poema original de Maria Bethania, in Gostoso Demais, 2002

  modificado por 100Destino )

A paixão original

Que arde nas minhas veias

De plasma tão cheias

De um fulgor fenomenal

Num pensamento

Se excita e inflama

Como o rebento

De uma chama

De um Amor Imortal

Beijas-me...

Beijas-me e segues para baixo...

Queres me dar prazer e eu só quero desaparecer....

Lá fora chove...

As gotas batem e rebatem na minha janela.

Aconchego-me em mim mesmo e olho a paisagem.

Árvores e árvores, montes e montes prados e prados;

tudo vem e vai na minha janela

enquanto os meus olhos piscam de cansaço...

Nas trevas que entram pela janela e monopolizam o meu quarto, tento não dormir.

Pois posso não voltar a acordar.

Sim...

Isso seria bom...

" The public is wonderfully tolerant. It forgives everything but genius."

      Oscar Wilde ( 1854 - 1900 ), in The Critic as Artist, 1891