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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

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Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

Dissociado

Agosto 11, 2008

 

Divirto-me muitas vezes estupidificar a mente alheia. Vejo o vazio nos seus olhos quando afirmo o herético, o impensável, o distorcido. E fico ali, observando enquanto os seus cérebros torcem-se e retorcem-se tentado processar as minhas afirmações sem sentido. Gosto de ver as labaredas e torrarem-lhes o miolo incapaz  e sem sistema de arrefecimento enquanto tentam dar um nó em um fio de azeite.

Retrocedem com argumentos e afirmações sem lógica e sem relação de continuidade apenas para disfarçar a incompreensão e tentar me confundir. Tentam disciplinar-me e converter-me em algo mais palpável, mais atingível e controlável.

E eu recolho a gargalhada dentro de mim enquanto eles tentam o intentavel e que sem efeito eu continuo exactamente como sou. Etéreo, longínquo, ectoplasmico, uma massa disforme algo que flutua imperceptível a milímetros do chão. Completamente dissociado da forma de viver que tantos teimam dizer ser a certa e a única.

Como é óbvio não é.

Anjo Gabriel

Agosto 07, 2008

 

Meu anjo Gabriel leva-me a voar contigo, carrega-me no teu peito e vamos ver o Sol. Traz a luz que me falta, ilumina o caminho que me resta com essa luz branca que reflecte das tuas asas. Por favor protege os meus passos. Dança comigo nas noites de luar e ouve o meu grito surdo quando te peço a eternidade.

Peço uma pena das tuas asas para a guardar dentro do meu peito que floresça e penetre fundo enraizando os pedaços partidos do meu coração e o torne completo e inteiro. Que sare as cicatrizes milenares com a panaceia do teu toque, milagre alheio à medicina que cura todos os males da mente e do corpo como um passe de  magica rejuvenescente e melhora tudo o que em mim definhava decadente.

A civilização do desconcerto.

Agosto 04, 2008

 

Senti fundo no teu peito uma angustia, um desacerto do temperamento, algo quebrado. E ai sim, tornamo-nos iguais, definitivamente iguais, sofrendo em conjunto. Sarando com um beijo as feridas do outro, cicatrizando as faltas e preenchendo-as com a presença silenciosa e inequívoca. Sempre gostei de estar sozinho por conseguir respeitar o meu próprio silencio. O que me criava a dificuldade de relacionar com os outros, cheios de vontade de afirmar a sua ignorância. O ruído por vezes seria insuportável enquanto incorrem nos seus monólogos circulares redundantes e auto relacionados não perdendo nem um segundo para se interrogar se o próximo estaria mesmo interessado em ouvir as ideias alheias e muitas vezes irreflectidas e irracionais. Torna-se difícil manter um raciocino ao pé dessas pessoas que se acham o sumo pontífice do mundo e que tem-se em tão alta estima que acham que não existe mais nenhum assunto ou interesse possível excepto aquilo sobre o qual discursam. Mesmo que tentes te abstrair do balbuceio constante fazem questão de te trazer de volta dessa ilha de retórica para te trazer de volta a civilização do desconcerto.

Não traição.

Agosto 01, 2008

 

Ate que ponto me trais. Já pensei nisso e acho que me trais. Ate que ponto não fazes amor comigo e sim com alguém da tua imaginação é algo que me assusta. Aflige-me traíres-me comigo mesmo. E como se uma bipolaridade pudesse por momentos se tornar física e eu me diferenciasse em dois. E assim só assim conseguir estar contigo sem uma revolta interior. Nalgum momento que não sei quando, por ser algo gradual e subconsciente começaria a me separar como numa reprodução celular no momento em que te acercas de mim. Chegas a mim o teu cheiro de fêmea e a cada olhar lânguido flutuo para longe e de costas. Não te ver seria não te sentir. Poderia então descansar o espírito de ti enquanto o meu outro eu te saciava as carnes.

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