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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

Imponderável

Novembro 28, 2008

 

Desconheço o mundo nas silhuetas sombrias deste jardim. Magnânime o cheiro apresenta-se como um nevoeiro sólido que me absorve e recolhe o espírito ao mais profundo dos momentos possíveis do pensamento.

Num instante esqueço que existo e persisto na fantasia imberbe de não continuar a existir. Posso deste modo cancelar os constituintes da realidade e exorcizar as tempestades monocromáticas deste mundo. Deste outro plano de um único destino, sem indicação possível ou imaginável de alguma ideia de infinitos ou possibilidades.

Continuo absorto neste desígnio obscuro, mestre dos absolutos imponderáveis, pretendente à mão da virginal perfeição para que me possa desmultiplicar a alma em fragmentos voláteis de alegria e felicidade.

Seria no entanto necessário chegar a esse ponto para se tornar possível encontrar a razão original da vida. Razão essa eventualmente só possível de encontrar a quem já a tenha conhecido antes e impossível de experimentar a quem antes lhe tenha sido vetada a experiencia. O que torna a sua presença incógnita à supérflua viagem de descoberta que subsiste sombreando cada momento da nossa vida, até ao instante em que o espaço se desdobre e em convulsões viscerais baixe a guarda e deixa por segundos a descoberto da luz do entendimento o segredo do caminho a percorrer para finalmente conseguirmos exterminar esta angustia parasítica que pela vida fora nos atormenta os passos.

Pedi-te Um Beijo

Novembro 27, 2008

 

No fim das contas sempre acabei por te pedir um beijo. Logo eu que sou incapaz de pedir seja aquilo que for. Lutei contra o inevitável momento em que de certo te iria perder por inacção. Mas acabei por vencer o mais terrível dos adversários: o medo da rejeição.

Surgiu em mim uma vontade desconhecida que no fundo transformou a timidez perene que me impedia de conseguir tudo o que até então perdi.

Desta vez não, manisfestou-se um acto de insurreição contra o volume intempestivo das vozes que me acorrentavam à timidez e que predestinavam a morte imediata da réstia de amor próprio que ainda a custo sobrevivia dentro de mim e acabei por pedir um beijo teu.

Suspendi a respiração por horas à espera de uma fugidia resposta do teu olhar. Não me atrevi nem por um segundo a ter esperança que o retribuísses mas no fundo mais profundo do meu ser gostava de acreditar que serias tu, a pessoa mais especial, a mulher improvável e única de me retribuir um beijo.

E naquele interminável momento em que me vi mergulhado na angustia ressurgi em mim, cresci, floresci para retroceder no tempo e me recriar, voltar a nascer para morrer de seguida e me renovar, esperei os segundos como séculos e sucumbi na vertente da resposta, gritei e permaneci ensurdecido pelo teu silêncio e nisto sem suspirar na resposta que surgiu nos teus olhos, o beijo se enformou na junção dos teus lábios e levantou voo, deslizou pela distancia em que perdi o batimento cardíaco e suavemente encontrou o havido poiso na minha boca.

Capitulo Rejeitado ( 7 de 7 )

Novembro 26, 2008

 

E neste momento que te sinto aqui com o outro. Eu, mas outro eu. E que me seguro para não gritar, para não sangrar todo este desespero em agudos de longo alcance. Que acorde os vizinhos e os animais vizinhos ou ambos e que tenha por fim a força para pedir desculpa. Tenha força para pedir ajuda. Deixem-me sozinho.
Aqui olho a sombra da rua e na penumbra procuro aquele momento. O momento indefinível em que a primeira gota de chuva cai, aquele baque surdo, inaudível e que marca a ferro e a fogo o segundo em que antes não chovia e agora chove. Sinto a primeira gota na minha face.
É a minha primeira lágrima.

Capitulo Rejeitado ( 6 de 7 )

Novembro 25, 2008

 

Até que ponto me trais. Já pensei nisso e acho que me trais. Até que ponto não fazes amor comigo e sim com alguém da tua imaginação é algo que me assusta. Aflige-me traíres-me comigo mesmo. É como se numa bipolaridade pudesse por momentos se tornar física e eu me diferenciasse em dois. E só assim conseguir estar contigo sem uma revolta interior. Em algum momento que não sei quando, por ser algo gradual e subconsciente começaria a me separar como numa reprodução celular no momento em que te acercas de mim. Chegas a mim o teu cheiro de fêmea e a cada olhar lânguido flutuo para longe. Não te ver seria não te sentir. Poderia então descansar o espírito de ti enquanto o meu outro eu te saciava as carnes. Tenho um certa inveja dele, sempre teve teve tudo o que não tive, sempre teve tudo o que eu decidi não querer ter.

Capitulo Rejeitado ( 5 de 7 )

Novembro 24, 2008

 

Sim Sónia, é por isso que espero que adormeças para começar a falar contigo. Sinto que acordada não me ouves, não me vês, ou fazes para não me ver. Sinto que ao tocares em mim tocas noutro eu, alguém que tu vês e só tu, alguém que não está aqui neste quarto. Alguém que tu te convenceste que sou eu. Esse alguém não existe. Esse alguém que julgas que te possuiu, que roçou o teu corpo e bebeu do teu cheiro, não existe. Só lá , nesse sitio redundante a que chamas “especial” é que tu pensas que eu existo.

Capitulo Rejeitado ( 4 de 7 )

Novembro 21, 2008

 

“ Pensa o que quiseres, comporta-te como os demais.”, palavras do sábio. Sábio consciente das vicissitudes da sociedade . No entanto é algo que me transtorna e me dificulta a respiração. Sei tanto de mim que sei como não seria capaz de agir dessa forma. E como se existissem um conjunto de regras não escritas numa sociedade de cegos em que o primeiro que tivesse um olho teria logo a nascença esse mesmo olho vazado, para que em vez de guiar e ensinar os demais passasse a ser mais um, mas um ser revolto, uma mancha de gente, incapaz e como tal parte do grupo como característica que os demais prezam tanto.

Capitulo Rejeitado ( 3 de 7)

Novembro 20, 2008

 

Gostei de pensar de que seria capaz de realizar algo, que teria a capacidade de construir algo positivo, não para os outros ou para agradar os outros , mas para mim, só para mim. E que pudesse passar eternidades tentando descobrir o momento indefinível em que se consuma uma criação. O momento em que o nada deixa de ser nada para passar a ser alguma coisa. Para passar a ser aquilo que nós criamos, algo que nos daria o prazer único de saber que não existiria sem o nosso trabalho, sem a nossa criatividade, sem a nossa equilibrada genialidade ou desequilibrada loucura. Aquilo que todos repudiam tentando fazer-nos pertencer a uma tribo de inconsequentes, ser mais um lobotomizado na grande generalidade das coisas. Para nos fundirmos em sociedade e nos perder-mos de nos próprios e por consequencia não diferenciarmos as nossas qualidades e não passarmos um atestado de estupidez aos demais, o qual normalmente é justamente punido com o degolamento social em hasta comunitária presidido pelos mais vulgares apóstolos energúmenos.

O Dinheiro

Novembro 19, 2008

Achei isto na net e nao resisti em postar.

 

O dinheiro pode comprar uma casa, mais não um lar.
O dinheiro pode comprar um relógio, mais não o tempo.
O dinheiro pode comprar uma cama, mais não o sono.
O dinheiro pode comprar um livro, mais não o conhecimento.
O dinheiro pode comprar um médico, mais não a saúde.
O dinheiro pode comprar um posto, mais não o respeito.
O dinheiro pode comprar o sangue, mais não a vida.
O dinheiro pode comprar sexo, mais não o AMOR!
 

Espero que gostem :)

Capitulo Rejeitado ( 2 de 7 )

Novembro 19, 2008

 

Por momentos olhei os teus olhos tentando encontrar as tuas palavras e encontrei desgosto e desilusão. O que te fiz, diz-me , conta-me sem dó e sem angustia o que te fiz para que te revoltes dessa forma, me odeies a ponto de me violentares com um amor que não existe, algo que ambos sabemos já não existir a muito, algo que moribundo morreu lentamente em agonias de conta gotas.

Às vezes penso em viajar, sei que não tem sentido, mas penso em viajar. Mas não viajar no modo vulgar de comboio ou avião. Gostava de me libertar do espírito da consciência e me deixar transcender pelo espaço e entrelaçar momentos da historia , cruzar pensamentos e filosofias e criar algo de novo, sentir-me capaz de criar algo de bom, o sumo original do ser , sem justificação ou necessidades imaturas de validação. Criar algo meu e só meu a que mais ninguém tivesse acesso e rejubilar com o meu feito. Julgo que a isso se chama loucura, mas seria esse o meu Santo Graal, o meu destino definitivo, aquele momento em que nós nos definimos substancialmente como seres únicos e plenos ,como que de uma raça suprema e superior a que mais ninguém tivesse acesso, só nós.

Capitulo Rejeitado ( 1 de 7 )

Novembro 18, 2008

 

      Fico aqui, sozinho, depois de ti. Segurando os momentos que sobram. Para que nenhum caia, nenhum tropece em ti e te acorde desse sono imberbe e te recorde que existiu na tua vida um eu; que recomece a saga de movimentos e suspiros que me atordoa e colhe severamente sem nunca perceber por que me escolheste, porque me torturas desta forma, porque te fazes minha sem nunca te entregares.

      Por isso fico aqui, sonhando com o que acabou de não acontecer, conversando com os anjos que me chamam pela janela. Que flutuam lá fora sem mim. Que me prometem companhia sem troco, uma paz inexorável que me foi prometida algures antes de nascer e que eu procuro em todo o lado, sem nunca encontrar . Procurei em ti, mas encontrei o que não queria e depois fiquei sem saber o que fazer. O que se faz com algo que não se quer e que no entanto não nos larga? Algo que nos fere e nos magoa deliberadamente.

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