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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

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Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

Um viver infinito.

Agosto 31, 2014

 

Passei a noite vegetal deitado na sincope decúbito exigindo de mim uma insónia fantasma. Horas da madrugada a tique tactear para o horror sustenido das almas que assustei. E tudo neste mundo existe num suspiro transpirado que goteja da fronte inclinada de um tresloucado.

 

Todo o gume de aço reverbera ao tocar um rift nas cordas desafinadas das veias de um momento fractal. Somos todos deuses pecadores de alma contemplada na mão. E naquele momento em que a dor se torna pequena, inaudível é que crescemos sabendo que nunca iremos morrer na gestação.

 

Dentro de mim existe um relógio que toca a música de um viver infinito.

O rasto cadente de ti.

Agosto 24, 2014

 

Sinto este aperto naufrago no peito insolvente. Esmaga-me o gesto violento da tua ausência. Tudo em mim é esta sensação de perda. O saber-me sozinho mergulhando entre multidões de gentio.

 

Fazes-me falta. Sinto-te no afagar destes meus dedos inquietos na bruma da tua noite. Medos. Suores frios na calada da noite e o teu aconchego é sempre o meu porto de abrigo.

 

O que farei enquanto a minha alma arde?

 

Caminho sobre as achas da solidão e procuro no seu rasto o cadente de ti. E peço um desejo. Peço que um dia possa abrir a minha mão fechada e que no seu centro encontre a tua que nunca fugiu de mim.

O marulhar da madrugada.

Agosto 17, 2014

 

A tua pele doce livre na minha boca de insanidades fervidas no marulhar da madrugada. Percorro-te o fôlego de norte a sul procurando o miasma dos teus dedos. Sabor a pêssego que escorre pela minha boca enquanto invento mil paraísos onde possamos reinar em silêncio.

 

Pescoço, costas infinitas, tez marítima em que naufrago vezes sem conta. Sal, doce o teu beijo irrequieto em que me devoras a alma. Em ti, sou um eu, minúsculo, que te observa como conquistador de um novo continente indomado.

 

E na sincope em que os nossos corpos decidem os gestos de uma alucinação tempestuosa iremos pertencer a um novo mundo de salvação e prazer. Olhas-me e dizes que o futuro não existe em qualquer momento, apenas nós os dois num qualquer momento existiremos no futuro.

A antítese do tema.

Agosto 10, 2014

 

Letargias purpúreas irradiam no esófago naufragado do caleidoscópio. Miasmas intempéries mergulham num genoma quântico. Salsugem rudimentar ferve na ânsia de um insecto paleolítico.

 

A antítese do tema será o titulo da metáfora.

 

Múltiplas são as facetas da favela milenar e no estetoscópio surgem estafilococos serenados pelas semifusas. Todos em uníssono ficam calados no vácuo obscuro da sua presença. Nunca ninguém duvidou da turquesa rubéola.

 

Tudo se resume ao folhado aberto de um cio escondido. Arbusto inguinal onde se gestam todas as formas do universo. Aperto este cardíaco e forma-se índigo até que na suplica síntese da sincope se dissolva em dissolutos.

Ultimo fôlego

Agosto 03, 2014

 

As palavras escorrem-me do rosto inofensivo e tudo se torna claro. O musgo da cidade fantasma aclarece o coração selvagem de quem se esconde. Procuro o raio negro que me trespassará de um mundo vivido. E no seu abraço morrerei apenas e só.

 

Sinto a amargura vogar nas planícies do desespero e nunca, mesmo nunca, deixo a esperança germinar neste coração ansioso. Conseguirei alguma vez sobreviver a mim? Estendi a mão e alcancei a duvida. Apertei dentro do meu peito até de si germinar um grito de sangue.

 

Estarei vivo sempre que a palavra surja como um manto de estrelas num frio de inverno. Estarei sempre de braços estendidos a cadência dos lamentos e neste naufrago papel redijo o meu ultimo fôlego.

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