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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

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Sorte moribunda.

Março 29, 2015

A cada desespero solene em que navego os áis da sorte moribunda. Fico sempre em sentido na amargura celebrada desta fatalidade interrompida.

A cada gota cadente sobeja o desejo de sentir o frio sob os pés molhados deste andar sem fim. Procuro no escuro na ponta de dedos intocáveis o objecto indefinido que me dissolva em augúrios.

Para sempre serei o todo eu num mundo que não me compreende ou aceita. E nesse deserto surreal do viver na fronte agreste da obsolescência que me distingo como alma de um viver premente.

O meu próprio inimigo.

Março 22, 2015

Vivo a cada momento como vento lacustre a beira mar. A água volta e revolta no espírito magnânimo deste território ficcional. Hoje irei viver o infinito esperar pela angústia que se me reserva.

Nada me irá persuadir a morrer inerte. Lutarei pelo espaço esquálido da honra infinita e superarei as forcas tectónicas do fracasso niilista.

Sempre contei com o desespero de ser eu mesmo. E chegarei ao objectivo celeste apesar de mim. De todos os seres deste mundo vivo na absoluta certeza de que sou o meu próprio inimigo.

 

Quem vive em mim.

Março 15, 2015

 

A manhã chegou húmida de um desejo infinito. Todo o soalho emitia um latejar abrasador. E eu deitado de costas no vácuo campestre da tristeza sonhava imberbe pela oportunidade fantástica de existir sozinho.

Magnânime na minha ausência perdi os caminhos soterrados do vento em aquosas sombras de panos de barcos a vapor.

Construi castelos medievais sobre as nuvens vaporosas da melancolia e plantei os segredos prescritos de um passado que ainda irei viver. Algures dentro de mim existe o meu contrario e eu sonâmbulo diurno vivo com medo de encontrar quem vive em mim.

 

A Imensidão do Teu Existir.

Março 08, 2015

 

Sempre os minutos passam neste regaço infinito. Olho as fugazes marés de fôlego que se perde neste peito insular. Não vejo a luz da alma que passa pela fresta infinita do destino. Sobre mim nenhuma luz me impede de te procurar no frio da noite como porto de abrigo neste fresco matinal de carinho.

O vento sopra me folhas de Outono como palavras hipnóticas em que a ti pertenço. Voo na imensidão do teu existir e mergulho no álcool vivido do teu corpo.

Procuro vividamente os teus dedos adormecidos no fresco da madrugada e o teu fôlego expressa a paz eterna do viver em absoluto. Quem serei eu senão um beija flor em pleno voo pairando em volta do teu néctar. E dele viver como se cada beijo fosse o último.

 

 

Monike.

Março 01, 2015

Monike levantou-se da cama embriagada pelo sono. A janela semiaberta deixa entrar o corricar dos sons da rua. A manhã está quase a chegar. Eduard ainda não. Ele tinha prometido.

Ela sabia com quem ele estava mas sempre quis acreditar que num mundo perfeito ele seria só seu. Finalmente no fim da madrugada resolve abrir a garrafa de vinho que deviam ter aberto os dois.

Esperou por ele, vestiu-se, arranjou-se. Preparou um jantar memorável ao mínimo detalhe. Apenas queria agradar. As horas passaram e chegou a conclusão que ele talvez já só viesse dormir. Despiu-se e pensou como seria o toque da sua pele na dele. Lembrou-se como o perfume de Eduard a aquecia por dentro. Adormeceu acompanhada pela fantasia.

E agora depois do jantar arrefecido, da cama desfeita e do vinho aberto a campainha toca.

Monike encheu o copo com o resto do vinho, abriu a janela de par em par e deitou-se na cama. A porta ficou fechada.

 

 

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