Dói-me Sentir-me Insuficiente.
Fevereiro 29, 2016
42. Os fantasmas chamam-me e eu faço que não vejo. Acenam-me e eu faço que não
oiço. Tudo em mim é uma incongruência incompreensível, às vezes impercetível.
Dói-me o sentir-me insuficiente.
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Fevereiro 29, 2016
42. Os fantasmas chamam-me e eu faço que não vejo. Acenam-me e eu faço que não
oiço. Tudo em mim é uma incongruência incompreensível, às vezes impercetível.
Dói-me o sentir-me insuficiente.
Fevereiro 26, 2016
41. Sinto um excesso de oxigénio a assaltar-me as sinapses. Tudo é muito, tudo é
demais. Há lá fora um mundo inteiro a descobrir e eu aqui aninhado na púbis
imberbe da minha infância. Não consigo descolar da planície deserta deste
desespero.
Fevereiro 25, 2016
40. Sangramos em uníssono. As fagulhas, os estilhaços do vidro que separam as marés
ferem-nos a pele e mesmo assim bebemos à saúde das almas que se perdem no
esquecimento natural das coisas.
Fevereiro 24, 2016
39. Imagino-a à beira-mar, delicada na bruma salgada da onda que rebenta
inesperadamente a seus pés. Uma risada e o seu sorriso perpassa todos os grãos de
areia do universo dando à minha pessoa uma razão de ser, de existir… de estar vivo.
Fevereiro 23, 2016
38. No meio da luz sinto-me cego por ver tudo, menos o óbvio movimento celeste
destas almas que coabitam o meu espaço. Procuro joana pela ponta dos dedos mas
ela não me responde nos miasmas sôfregos do suicídio.
Fevereiro 22, 2016
37. A calçada fala comigo dizendo que gostava de ter pés e que as estradas deviam de
ser feitas de pessoas. Eu respondo que as estradas são feitas de pessoas. Existem
pessoas a caminhar sobre os corpos caídos de outras, sem nunca lhes estenderem a
mão. Sem nunca se importarem.
Fevereiro 19, 2016
36. De noite a chuva não caía no meu âmago. Nem os teus braços afagavam o meu
peito. Pela janela entra sem pedir a risca luminosa de um ruído que reverbera e se
perde. Tudo se perde.
Fevereiro 18, 2016
35. As mãos apertavam a garganta que escoava o sangue de uma morte eminente.
Surge um murmúrio interior que se perde nas entrelinhas. Lentamente a
consciência se dissolve de uma forma impercetível. Sentia-se que por definição a
vida era uma procura inconsciente da morte.
Fevereiro 17, 2016
34. Lembro-me que cremámos o pedro. Insistia no manuscrito como se o mundo
dependesse de gotas de tinta borradas no papel. A prosa toda alinhada, as letras
como condenados à espera de serem executados por fuzilamento literário.
Fevereiro 16, 2016
33. Levanto os braços aos céus à espera que este ilumine a esperança de encontrar o
caminho. Lembro-me de joana. Etérea a flutuar angelicamente pela sala. Onde
estará joana agora?
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