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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

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Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

Submerso pelos tons de cinzento.

Junho 30, 2016

130. A pele calcinada escorre por mim abaixo como lágrimas enquanto cansado me deito no chão. No quadro, joana começa a cantar. Mas em vez de sons saem borboletas ciganas, beija-flores em acessos de aplausos, vaga-lumes cintilantes como estrelas cadentes. Todas as cores do arco-íris voltam a dar tonalidades ao que tinha sido submerso pelos tons de cinzento.

À minha volta tudo arde.

Junho 29, 2016

129. O miador ficou sozinho deitado nas cinzas. À minha volta tudo arde. Pego fogo a tudo. Sou o destruidor de mundos. Aniquilador de perceções. Carrasco das minhas perturbações doentias.

Todos morremos na explosão.

Junho 28, 2016

128. Todos os vidros estilhaçaram, implodiram, espelhos, molduras. Aspergiram o chão de pedacinhos cristalinos. As almas que me assolavam o espirito morreram. Todos morremos na explosão. Mas só alguns desapareceram da minha vida.

Tudo ardeu violentamente.

Junho 27, 2016

127. Os gases do fogão assolam todo o estúdio. Serpenteiam entre os móveis. Ocupam todos os minúsculos interstícios da alma. Pedro não impediu sónia quando ela pegou fogo ao manuscrito e logo se deu a explosão. Tudo ardeu violentamente, matando-nos a todos.

O lugar onde me encontro.

Junho 24, 2016

126. Procuro muitas vezes dentro de mim o lugar onde me encontro e fico sempre sem saber se nestas múltiplas faces do ser irei alguma vez me encontrar com a melhor parte de mim. Dizem-me que existo dentro de mim e a única pessoa que quero encontrar está perdida neste marasmo de uma solidão povoada.

Naquela manhã em que a morte fugiu de mim.

Junho 23, 2016

125. Houve um momento no futuro, em que sónia disse-me que só existo dentro de mim. Naquela manhã em que a morte fugiu de mim. E eu não me lembro sequer de ter tentado segui-la, procurá-la, chamá-la de longe. Nem sequer um tímido grito para que finalmente descobrisse onde me escondo. Que não se perdesse de mim e acabasse finalmente com este desespero de não saber quem sou eu. Afinal quem é este eu que existe dentro de mim?

A felicidade é esta mão na minha mão.

Junho 22, 2016

124. A felicidade é esta mão na minha mão. Esta partilha de momentos que por serem tão pequenos tornam-se singularidades que criam os universos em expansão. Explodem a matéria magmática de que somos feitos. Até ao momento de voltar e congelar tudo outra vez no momento indefinível da separação. Tudo nasce, tudo morre. Tudo o que existe afinal se transforma. Em dor.

No fundo existe sempre a dor.

Junho 20, 2016

122. No fundo existe sempre a dor. A felicidade será a falta desta dor que nos
acompanha. Esta pequena dor que nos guia o caminho em que nos perdemos por marcharmos com os olhos tapados temendo encontrar o sofrimento.

A praia deserta.

Junho 17, 2016

121. É inevitável julgar que no inverno a praia deserta seja como um quadro pintado por algum artista e nós fazemos parte dele. Da mesma maneira que sónia faria parte de um manuscrito se não existisse já dentro de mim.

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