A Fonte Inestimavel Do Desassossego.
Outubro 31, 2016
Vi-me de súbito impermeável à água do desespero. O momento que me impedia a ilusão voltava outra vez para esquecer de todo o que não queria me tornar. Perto de mim surgia pela janela feita de ramos de amendoeira um baloiço onde perdurava um ser infinito.
Poderia desta vez o percorrer vulcânico dos meus dedos encontra o toque vítreo de uma outra mão e nesse momento onde todos os átomos se coabitam numa singularidade de conhecimento e surge de dentro de si próprio um gesto de afinidade e surpresa.
Debaixo deste tapete acrílico de musgo e trevos de quatro folhas surgia finalmente a nascente intocada da alegria. O infortúnio tinha sucumbido nas mãos funestas do destino. E irrevogavelmente tinha cedido o seu exasperante lugar de melancolia e desespero ao infinito gesto de uma crisalida que floresce num mar de luz. Sobre todos os folhos do mundo haveria agora onde despertar deste sono nu. Finalmente perto de nós chegara a fonte inestimável do desassossego.
Chegara agora mesmo esse momento inesperado onde aprendemos a amar. tinha entrado sem pedir, sem se desculpar arrebatando todo o conhecimento que eu poderia ter de sensações, momentos e espaço, usurpado os meus sentidos e envolvendo os num trovão, num redemoinho, num turbilhão de um doce infinito.