Pedi-te Um Beijo
Novembro 27, 2008
No fim das contas sempre acabei por te pedir um beijo. Logo eu que sou incapaz de pedir seja aquilo que for. Lutei contra o inevitável momento em que de certo te iria perder por inacção. Mas acabei por vencer o mais terrível dos adversários: o medo da rejeição.
Surgiu em mim uma vontade desconhecida que no fundo transformou a timidez perene que me impedia de conseguir tudo o que até então perdi.
Desta vez não, manisfestou-se um acto de insurreição contra o volume intempestivo das vozes que me acorrentavam à timidez e que predestinavam a morte imediata da réstia de amor próprio que ainda a custo sobrevivia dentro de mim e acabei por pedir um beijo teu.
Suspendi a respiração por horas à espera de uma fugidia resposta do teu olhar. Não me atrevi nem por um segundo a ter esperança que o retribuísses mas no fundo mais profundo do meu ser gostava de acreditar que serias tu, a pessoa mais especial, a mulher improvável e única de me retribuir um beijo.
E naquele interminável momento em que me vi mergulhado na angustia ressurgi em mim, cresci, floresci para retroceder no tempo e me recriar, voltar a nascer para morrer de seguida e me renovar, esperei os segundos como séculos e sucumbi na vertente da resposta, gritei e permaneci ensurdecido pelo teu silêncio e nisto sem suspirar na resposta que surgiu nos teus olhos, o beijo se enformou na junção dos teus lábios e levantou voo, deslizou pela distancia em que perdi o batimento cardíaco e suavemente encontrou o havido poiso na minha boca.