O Mundo Nos Teus olhos
Dezembro 11, 2008
Sei que já ouviste falar dos teus olhos. Sei que já gastaram as metáforas e as cores para definir esse aspecto místico do teu ser. Julgo até que muitos corações já naufragaram nesse teu brilho azul. Já muitas almas se perderam nessa imensidão oceânica que origina em ti e pulsa através da nossa pele e que nos magnetiza na tua direcção. Julgo também que não conheces ainda o poder emanado dessas doces amêndoas que o divino te privilegiou. Mas também julgo que poucos souberam ver o que está por trás dessa obvia imagem. Ofuscados pelo fascínio que dela surge. E que apesar de inconsciente do facto continuas a provocar no espírito do homem.
Julgo no entanto que consigo olhar dentro dessa maré refulgente e tocar no âmago mais profundo do que te define como mulher. Da leve tristeza que emana subentendida desse mesmo olhar. Tristeza por estares consciente da tua própria incompletude. Pela chegada à conclusão que os homens apenas conseguem ver a mulher charmosa. Mas por detrás dessa mulher existe outra, uma mulher definitiva, absoluta, uma mulher sensível e sensitiva, uma mulher que ainda hoje no meio de tanto desejo ainda não encontrou o amor que realmente precisa, aquele ombro de compreensão. Sem necessidade de justificações ou retornos. Apenas porque nesse momento duas almas se encontraram e se substanciaram uma na outra de um modo muito mais profundo do que o plano físico pode ou consegue permitir e que longe do corpo, das entrelinhas do interesse, possa finalmente encontrar a metade que a define e que finalmente possa completar a sensação de perda que afinal está presente no teu olhar e que até hoje ninguém notou.