A Síntese do Ódio
Dezembro 12, 2008
Sabias que não seria assim. Sei que no fundo mais fundo do teu retorcido ser não podias de forma alguma ter acreditado que o teu calculismo frio te pudesse proporcionar algum tipo de alegria. Como vês, neste momento ainda aqui estou. De pé e de saude apesar da queda abrupta que o teu ódio me preparou. Cai, mas cai de pé e com o estrondo caiste tambem.
Não tinhas contigo a corda que a força de carácter nos porporciona para nos salvarmos destes acidentes de percurso, destes desvios não intencionais que a vida nos reserva. A maré que levantaste contra mim acabou por estilhaçar a tua precária jangada de superioridade desfazendo-a em mil pedaços deixando-te sem um único ponto de apoio para que possas eventualmente ressurgir.
Eu, de ti, não retenho nada. Apenas indiferença, se é que indiferença é de facto alguma coisa. Apenas isso. E sei que não te chegou. Querias mais e mais e por algum raciocinio venenoso pariste esta tua nova existência tóxica em que me desejaste todo o mal possivel no mundo para que te pudesses deleitar com a imagem de me veres de joelhos a implorar perdão em multiplas agonias.
Agora pedes-me que te perdoe e estendes a mão à minha indulgência apelando a um subjectivo sentido de compaixão que pensas que eu tenho para com o ser humano. Mas isso é mesmo o que eu tenho e tu já não te qualificas enquanto um. Apenas sigo o meu caminho sarando as feridas que a tua atitude me causou sem prestar a minima atenção enquanto te afogas nos fluidos radioactivos do ódio que cultivaste na tua própria vida.