Reflexo
Março 14, 2010
Continuo perseguido pelas imagens obscuras da solidão. São sintomas de uma decadência que se dissolve numa superfície de contraste.
Sentidos inoportunos, vazios de alma que me encontram apesar de escondido nesta melancolia assombrosa. Esqueço a entrega do corpo como se pertencesse a outro universo, distante de um nascer equivoco.
Grito na rasante fronteira do corpo. Angústia que retorna na maré viva do sofrimento. Foge-me a Alma do corpo moribundo.
Mas cresce um desejo agudo nas raízes fundas de mim. Um Eu que desconheço borbulha vulcânico numa qualquer ilha do esquecimento.
Não sei de onde vem, como se forma ou de que naufrágio fantasma surge esta imagem acusadora no reflexo prateado do espelho.