Olhar o céu.
Setembro 19, 2010
Olho o céu.
Não existe.
Apenas tecto.
A noite infinita ofusca-me o sono.
Não durmo.
Penso.
Solidão regada pelo marulho da noite.
Assusta-me.
Quero me levantar e não consigo.
Sinto-me preso num sonho acordado.
Lá vem a dor.
Persegue-me este vazio no peito.
Finco as unhas na pele para me distrair da dor.
Nada.
O sujeito inimigo oculta-se nas dobras do tempo.
Tempo.
Não mexe.
Não passa.
Pouco me resta.
Só olhar o céu.