As coisas que os homens fazem os homens fazer a outros homens.
Dezembro 02, 2012
Há muito morto naquela praia de Angola onde a minha alma ficou. Tacteando o areal à procura de pedaços de gente com esperança na vida.
Dizem que enquanto há vida há esperança. Será que enquanto há esperança há vida?
A morte caminha lentamente procurando colher este corpo partido. Esta alma exausta do sofrer constante. Cada um morre aos poucos dentro de si. É a inexorável caminhada do condenado.
Mas afinal a quem foi prometido viver para sempre? A quem foram prometidas as praias de Angola?
As coisas que os homens fazem os homens fazer a outros homens.
Mas, no fim, a voz do medo não vive para sempre numa alma livre.