A comitiva das letras.
Agosto 19, 2016
Cabe-nos a nós descortinar o sentido efémero do viver. A pulso, subir a corda magmática que nos fere por dentro. E do naufrágio, desistir de um eu iletrado e dar aso à liberdade cognitiva do sentir.
E pedro sempre a insistir na comitiva das letras. Diz que a procura deve ser feita pelo envolvente. Que eventualmente, encontrarei o animal truculento que habita o interior de mim.
Cortarei os pulsos do que morre dentro do meu peito e seguirei pelo caminho do obscurecer noturno, e de mim sairá a seiva cristalina de um novo manuscrito. Tudo o que fica são as letras. Nada de mim restará nesta infusão de extermínio. Nenhum afeto, nenhum gesto sobrará neste calcinante caminhar do ofício.