Fugir para sempre com o marinheiro oceano.
Agosto 02, 2016
As mãos de pedro voam indiscriminadamente sobre o plano do teclado e, da soma dos seus dedos encandeiam-se sons uns nos outros, sem se descortinar a diferença. Onde começa um e acaba outro e todos juntos fazem o fio ondulante da melodia. Onde pousam, umas atrás das outras, as borboletas cantadas de joana.
A música continua e joana sai do quadro. Como se fosse uma janela rasgando-lhe o vestido de noiva. Este fica jogado na areia dourada. A maré vai e vem, lentamente movendo o vestido um pouco de cada vez. Até que este se embrulha no enrolar das ondas. Envolve-se amorosamente com o mar. E resolve abandonar quem o abandonou e fugir para sempre com o marinheiro oceano.