Interminavelmente.
Agosto 25, 2016
Existe uma entidade superior que me possui por dentro a guiar o que devo ou não fazer. O que devo sentir. É como se a sua longínqua mão penetrasse dentro do meu coração e apertasse os dedos dentro dele. Delimitando quando pode ou não bater.
O miador roça-se nas minhas pernas por debaixo da secretária. Procura um aconchego nos meus pés. Como será viver num mundo desprovido de afazeres? Sem o drama da procura interior da próxima palavra? Da frase que se nos escapa por entre os dedos incapazes?
Fazer e refazer o mesmo pensamento e a mesma dor. É como se a vida fosse uma espiral de dor que volta sempre ao mesmo sítio. A dor só existe se for vivida uma vez e outra, interminavelmente.