Não há espaço para respirar.
Agosto 15, 2016
Por todo o lado surge uma escuridão líquida que se aproxima. A cada momento as paredes estão mais próximas, maiores, o espaço encolhe, diminui. Não há espaço para respirar. Não há espaço para existir dentro destes limites que nos impomos.
Sinto que chove. Chovem umas gotas límpidas, cristalinas. Mata a sede, sustenta, pingam na pele e são absorvidas. Rejuvenescem a pele cicatrizada. O sangue pulsa de novo, alimentado pelas lágrimas de uma nuvem pintada no quadro do teto.
No céu, um quadro, uma pintura e nela um teto, um espelho que reflete todos os estados de espírito. Algures aqui dentro alguém existe fora de si. Maior que si própria e envolta num desgosto infinito.