O Campanheiro Lacustre.
Outubro 24, 2016
Nas horas celestes desta madrugada perguntava aos anjos da desilusão onde estaria o paradeiro rigoroso de mim. E de mãos vazias de setas acenavam-me os incompetentes cupidos da ilusão. Haveria neste mundo um segundo fugaz de compaixão. Neste caixão negro onde jazem as moribundas cinzas da esperança ainda germinava o companheiro lacustre da esperança que por fim te encontrasse.
Vogam pela floresta os panos furados de velas aquíferas. E de pés molhados de lagrimas de saudade caminha no fundo do espelho cristalino da imagem invertida de mim. A reflexão torna tudo mais difícil. O raciocínio turva o ambiente já de si fosco pela chuva de estrelas. Pirilampos de fogo que nos queimam, fantasmas que não nos abandonam neste tortuoso caminho de viver.
Os pássaros ribombavam as pétalas em pleno voo. E eu de orelha no chão procurava o sentido celeste da esperança. Procura ouvir um sinal ao longe. Uma reverberação interior. Um estremecimento do coração que despoletasse um sentido qualquer onde eu pudesse despertar, divagar perder me em todo o eu.
O mármore do oceano descolocava se sem pedir. A náusea o afogado iludia-me o desespero por breves momentos. A pouco e pouco descobria em mim um ser que não me habita. A luz entravasse no espirito ofuscando este método de amar.