O Espírito Interior Da Terra.
Outubro 10, 2016
Esperava que na sombra das tardes os dias passassem sem nunca se esconderem do destino que as atravessava como um rio esquálido e soberano. Os seus olhos perdiam-se nas longas tardes onde as prosas fulguravam incandescentes em silabas, ditongos esvoaçantes dos ecos do espírito interior da terra.
Sobre estas ondas verdejantes que se aproximam e afastam. Existe o interminável vogar de uma paixão que sopra incandescente sobre a orla florida de uma pele fugidia. Toque a cada dedo sobre esta pela aquecida pelo beijo intermitente de uma ave que te rapina.
A memória revela inacabados momentos de um passado que vivemos uma e outra vez. Espero que o nosso destino se repita, se distinta e alongue num momento perene. Como folha de orquídea que se recuse a sair e permita que o beija flor intempérie da alma beba em si os sumos de deleite carnal e nos seus folhos descubra a doçura de uma carne que se toma e bebe, sorve os líquidos melíferos da paixão.
Perco te por momentos na ansia de te amar. E nesse pescoço treme uma veia mineral que afugenta todos os calafrios da incerteza. espero perseguir esse calor visceral em que o meu corpo se toma espirais e acessos de uma loucura imberbe que me toma os sentidos de uma forma inqualificável sem pudor ou intermitências de morte.