O seu olhar de pena.
Julho 14, 2016
A madrugada recusa-se a chegar e eu peço por ajuda. Pedro olha-me com o seu olhar de desprezo. O seu olhar de pena. No ar, uma cama de folhas de papel. Adejam, pingado a tinta vermelha do sangue que derramo em lágrimas de melancolia.
O corpo eleva-se, sustenido pelas borboletas escarlates dos agudos de joana que já não canta alegre. Agora chora ao longo da praia uma cantiga de saudade. Procura que as suas palavras naveguem os movimentos tectónicos das ondas do mar e que corram todos os mundos que nos unem e que, finalmente, me encontrem e me tragam de volta.