Os subúrbios da alma.
Agosto 11, 2016
Vivo para me perder. Dentro de mim existe uma força mais forte do que eu. Mais forte que a própria vontade. É como um espectro fantasma que germina. Cresce dentro de mim. Um parasita na véspera de me tomar de assalto. Morrer no fim de tudo é um princípio.
De súbito, sou eu na praia a escrever nas teclas do piano que voga pelas ondas duma maré insatisfeita. Os subúrbios da alma escondem criaturas negras que nos ferem no âmago.
A solidão ferve-me os nervos nesta angústia que vai e vem num turbilhão de opressão. Às vezes sinto que estou acompanhado duma solidão conjunta. As vozes na minha cabeça chamam por mim. Clamam por um fim.