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100Destino

Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

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Onde um destino sem destino procura um destino entre cem.

A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha. - David Lagercrantz. - Critica.

Novembro 01, 2015

    Aqui fomos presenteados com o quarto volume da serie Millennium. Este livro foi escrito por um autor diferente dos três primeiros. Os três primeiros foram escritos pelo autor Stieg Larsson que faleceu ainda antes do sucesso da série. Este último foi escrito pelo autor David Lagercrantz.

    Sabe-se que Stieg Larsson já tinha estruturado pelo menos dez livros nesta saga antes de começar a escrever o primeiro. E aparentemente estava a acabar o quarto livro quando faleceu.

    Deixando tanto esse hipotético livro como todos os apontamentos feitos sobre a mitologia com a sua companheira que não os partilhou devido a contendas legais com a família do falecido sobre os direitos autoriais. 

    No livro propriamente dito continuamos as aventuras de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist. Temos novamente um thriller policial com muito perigo, suspense e plot twists. Nota-se o esforço do autor para manter a mitologia criada pelo autor original. O estilo é mais suave e contido do que o estilo cru e violento de Stieg Larsson perdendo por isso um pouco do potencial sex appeal.

   No geral achamos que este volume está uns furos abaixo dos três livros originais. Mas continua a ser um bom livro na categoria dos thrillers policiais.

      Critica: 7.0/10

     

Kafka à Beira-Mar. - Haruki Murakami. - Critica.

Outubro 11, 2015

      Neste livro temos várias narrativas que apesar de ocorrerem separadas vão a pouco e pouco estabelecendo pontos de contacto. As diversas linhas narrativas apresentam um carácter fantástico, até surrealista.

      Neste livro o autor nos apresenta algumas personagens bastante excêntricas desde uma personagem que fala com gatos, lesmas que caem do céu ou uma bibliotecária transexual. Há que lembrar que tudo são metáforas ou alegorias e que cabe ao leitor descortinar o seu significado de acordo com a sua própria apreciação.

      A leitura deste livro foi feita em Inglês, " Kafka on The Shore."; pois na versão portuguesa encontrou-se demasiados "portuguesismos" que achamos descontextuados numa narrativa de origem japonesa.  

      "Kafka à Beira-Mar." é o quarto livro do autor japonês Haruki Murakami. 

      Critica: 7.5/10

Fifty Shades of Alice in Wonderland – Melinda Duchamp. - Critica.

Agosto 28, 2015

      Aqui temos uma paródia tanto à serie “Fifty Shades.”, como a “Alice no País das Maravilhas.”. Algo que ao contrário do “Fifty Shades.” original, foi feito com bom gosto e sem pretensiosismos, sejam eles literários ou eróticos.
      É um bom livro para se ter no Tablet, E-reader ou Smartphone. Serve bastante bem para passar o tempo nas horas mortas. A escrita torna o livro suficientemente interessante para nos mantermos a virar as páginas e as cenas eróticas têm bastante picante para nos dar aquele leve friozinho na barriga.
     O autor aqui apresenta-nos uma Alice renovada. Uma Alice que na frustração provocada pela incapacidade do namorado Lewis, embarca numa viagem pelo país das maravilhas. Estando o teor dessas maravilhas intimamente associado às fantasias sexuais desta pós-adolescente insatisfeita.
     O sentido de humor é muito leve, o autor como que pisca o olho ao leitor e chega a quebrar a chamada “quarta barreira”. Se não nos tira uma gargalhada, tenho a certeza que consegue, pelo menos fazer-nos sorrir.
     Critica: 6.5/10

 

Final Feliz

Janeiro 23, 2010

 

Transito na penumbra etérea perdido onde o

Pensamento flutua, sem rumo, sentido ou

Destino, cai pelas fissuras do tempo e do

Sonho, desapareci em imagens tornadas

Difusas, acorrentado aos sintomas agrestes da

Angústia, ressaca, vapor, nuvem espessa no

Espaço, falta-me a energia vital, faltas-me

Tu, efémera no derradeiro momento em que

Sinto a falta dos nutrientes de carinho do teu

Olhar, sorriso intemporal, existe, resiste e me

Absorve, incessante procuro, quero tocar os teus

Lábios, seios, púbis em longos beijos de

Cetim, noites de almíscar, luar brilhante que não

Acaba, paixão sem freios, onde finalmente o

Encontro reúne esta gravitação inexorável do

Amor, unificando todas as forças no abraço

Apertado, resplendor de um inesperado final

Feliz.

O Desespero de um Condenado

Março 14, 2009

 

Um grito surdo sobressalta-me o sono. Acordo suspendendo o peso sob os lençóis e na negritude da noite sinto que já não vejo. Vejo de facto, mas apenas a ausência de cor, uma ausência de sentido, um encolher dos cantos da casa que me assusta. É como se a escuridão tivesse peso, densidade, consciência, uma intenção de me sufocar, apertar-me o pescoço por miseraricórdia.

Obliquo, sentado, prescruto a proviniência do som. Procuro o sabor de algo que me seja familiar. Não reconheço o meu estado. Sinto que já não existo e que a tudo o que estendo a mão trespasso sem tocar o âmago do seu existir.

No entanto sinto uma qualquer presença perto de mim. Um odor áspero a morte. Uma névoa lugúbre a morte antiga. Uma morte de um passado que insiste em permanecer perto de mim. Julga-me.

Da janela surge o brilho de um amanhecer que desconheço, perdi algures as contas dos amanheceres que fingi ter perdido, que fugi da sua existência. Sinto os seus dedos de luz à minha procura, tacteam as paredes, tentam tocar-me. Encontram um corpo, um corpo que afinal não é o meu. Algo disforme, pendurado. Agora sim, vejo-o, ao fundo. Vertical, num canto longe de mim, aspergindo o quarto com a sua pestilência, banhando tudo de morte.

Um laço no pescoço, uma aflição que só o tempo desgasta, dilui-se, perde-se a nocção do propósito e pergunto-me em que fase da vida se começa a distingir entre o sonho e a realidade, entre o sonho e o pesadelo ou entre o pesadelo e a realidade.

Perco a razão desta aparição fastasmagórica que aqui permanece assombrando o caminhar do meu sono. O porquê de gritar sofrimentos não me deixando descansar. Talvez precise de ajuda. Algures no derradeiro desespero da pós-existência deseje algo de mim. Algo que só eu possa providênciar. Talvez retirá-lo da sua supensão eterna a que ele proprio se condenou. Dar-lhe um tipo de descanso ao corpo pois a alma nunca mais descansará.

E no frio que me enrege-la as escamas da pele reluto com o meu corpo para descer da cama. Sinto que já não possuo qualquer tipo de força. O meu corpo arrasta-se para superar o espesso liquído do tempo, uma agudeza enferma que me substitui a força de espirito, entoxica a alma. Talvez um receio, uma possibilidade remota à qual me recuso a aceitar.

Sigo o caminho na angustia de que talvez o meu esforço se torne num momento paliativo na decadência da alma que na mais profunda amargura se pendurou.

Terror. Uma dor constante que o oprimiu em vida, uma subita desistência de existir, uma agonia sofrida que destriu a frágil malha do pensamento e o tenha levado a este triste fim e por consequência atribiu à minha pessoa esta vil tarefa de o exorcizar da verticalidade distendida que o assombra e prende a este mundo.

E no momento em que lhe toco sinto de novo a familiaridade, a pele seca, inerte, um corpo sem sangue, distituido de fluidos, envenenado pelas próprias toxinas. Sinto uma ligação, leve, muito leve. Até a sua face disforme, disfigurada pelo terrivel momento da asfixia parece-me familiar.

E agora em que o tempo se distitui da sua capacidade de percorrer o espaço permaneço aqui, gelado, suprimindo o fôlego, olhando a minha pópria figura, um ser que em tempos fui e que não teve a coragem necessária de se salvar a si próprio.

Esta constatação submete-me a um novo tipo de tortura, como se o tecido da minha alma tivesse sendo lentamente rasgado ao meio, separando em cerce todos os segmentos do meu corpo. Condenado ao terror de reviver uma e outra vez este momento de agonia. Sinto que não tenho hipótese. Não irei jamais encontrar a salvação do crime que cometi.

A agonia invade os meus sentidos, tento chegar à corda, a dor segue por todos os caminhos, pelos meridianos mais sensiveis do meu corpo, tudo grita de dor. Estou a perder a capacidade de raciocinar, sinto a derrocada dos constituintes da realidade. Tenho de conseguir que isto acabe. Tenho de deixar de sentir, de pensar. Tenho de fugir a esta existência sem vida. Tenho de morrer, de voltar a morrer, tenho de morrer uma e outra vez até que por fim morra de facto.

Unsurgido na loucura, dissolvido na agonia do desespero subo na cadeira, visto a gravata de corda e num derradeiro gesto de clemência suspendo-me com um grito chamando a redenção.

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