Tudo parece andar para trás.
Agosto 16, 2016
Subitamente, surgem as borboletam em voo planado. O vento assobia pela ponta das asas das gaivotas que voltam ao quadro original. Tudo parece andar para trás. Tudo parece afastar-se de mim. Deixando-me uma vez mais sozinho.
Uma mão na minha face e sónia a olhar para mim. A sua face triste, produzindo lágrimas de cristal que, ao caírem no chão, estilhaçam-se em pequenos pedacinhos de vidro. Vai deixar-me, abandonar-me no caminho que ainda tenho de percorrer.
Eu sou o rapaz que se perdeu dela.Talvez eu seja a pessoa que se perdeu dentro do que escrevia. Sou o escritor que escreve a sua própria vida e vive a vida que escreve. Sofro porque escrevo que sofro. E na angústia, corto os pulsos no gume afiado das palavras porque só assim, essas palavras podem existir no âmbito do manuscrito.