Ultimo fôlego
Agosto 03, 2014
As palavras escorrem-me do rosto inofensivo e tudo se torna claro. O musgo da cidade fantasma aclarece o coração selvagem de quem se esconde. Procuro o raio negro que me trespassará de um mundo vivido. E no seu abraço morrerei apenas e só.
Sinto a amargura vogar nas planícies do desespero e nunca, mesmo nunca, deixo a esperança germinar neste coração ansioso. Conseguirei alguma vez sobreviver a mim? Estendi a mão e alcancei a duvida. Apertei dentro do meu peito até de si germinar um grito de sangue.
Estarei vivo sempre que a palavra surja como um manto de estrelas num frio de inverno. Estarei sempre de braços estendidos a cadência dos lamentos e neste naufrago papel redijo o meu ultimo fôlego.